segunda-feira, 22 de junho de 2015

O 191º post - Eu queria a sorte de um café bem feito

Okay, a gente já sabia que a noite ia acabar mal
Afinal de contas, o que é que eu esperava?
É sempre aquela história do café
E ele é sempre amargo e mal feito

E eu queria a sorte de um café bem feito
E eu nem tomo mais leite pra poder disfarçar
Tudo bem, café nunca combinou com leite
A gente não precisa de fósforo nenhum pra descobrir isso

Me dizem que eu tenho que aceitar, a vida é assim
Uma hora a gente acaba virando um daqueles caras que citam Cazuza
E fingem que conversam com Bukowski
E acham que estão com a bola toda

Eu ainda me sinto um idiota

A gente pode seguir batendo aquela tecla
De que é sem motivo
Que não tem nada a ver com ninguém
E que uma hora passa

Já passou da hora

Chegou àquele ponto que o tamanho do atraso não importa mais
Assim como nunca me importou a métrica
Bonito mesmo é quando é simétrico, não é?
Talvez o erro tenha começado aí.

E eu acho uma merda quando começa aquele papo
"Você é um bom rapaz"
A gente já não concordou que a meritocracia não tá com nada?
E a gente já não transpareceu de que eu nem sou tão bom assim?

Tem algo faltando nas minhas paredes
Talvez eu devesse rabiscar um pouco
Pra tampar o vazio
Sei lá

- Droga, meu café esfriou!

E eu queria a sorte de um café que não esfriasse

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