Essa podia ter sido uma daquelas
histórias que começam com “Era uma vez e blablabla”, mas a verdade é que eu
tenho esse péssimo hábito de procrastinar e acabei me esquecendo de escrever o
primeiro capítulo, que eu me recuso a tentar rascunhar depois de tanto tempo
(seja lá quanto for), uma vez que o que acontece já não está mais tão claros na
minha memória e que eu não me sinto a vontade pra inventar histórias. Mas veja
bem, isso não é de todo mal, todo mundo sabe que em uma trilogia (que dessa vez
está fadada a ficar completa) a parte mais legal é sempre a segunda e ninguém
conhece os personagens pra valer assim de cara.
Daí que em algum momento em
algum lugar eu me encontrava em uma condição entre a agonia e desespero, da
qual eu nem me dava conta, já que o cansaço que mal me deixava de ficar de pé
ou sentir qualquer coisa. Uma rotina que consistia basicamente em dormir
durante o dia, passar a noite em claro e durante o tempo vago pensar naquelas
frases motivacionais que a gente sabe que as pessoas só escrevem pra vender
livros e filmes. PMA batendo longe. Mas isso é papo do capítulo anterior, daquele que eu não me recordo tão bem.
E esse parágrafo eu apaguei e reescrevi
pelo menos cinco vezes.
A verdade é que eu ainda não sei
com que propósito eu peguei a caneta dessa vez. Eu sempre tive muito o que
dizer, mas nunca me senti tão a vontade para falar uma palavra que seja, então
eu sempre acabava escrevendo e expondo isso tudo em paredes, páginas e camisetas
que ninguém nunca pararia pra ler, mas acontece que dessa vez eu me sinto a
vontade até demais para falar, embora não tenha mais “aquela velha opinião
formada sobre tudo”. E é aí que está o perigo: não na falta de opinião sobre
certos assuntos, isso não impede que eu ainda tenha coisa pra caramba pra
falar, mas em me sentir tão a vontade assim.
O capítulo 2 não diz muita coisa.
Ele é intenso e ofegante demais pra se tornar um diário. Ele sabe bem onde
está, mas dentro das minhas limitações e superstições sobre falar mais do que
devia, me limito a dizer que ele está na região metropolitana, entre o Rio de
Janeiro, Niterói e São Gonçalo, sabe que se trata do ano de 2015 e da vida de
um garoto não tão problemático ou interessante assim e todos que de alguma
forma se relacionam com ele.
O capítulo 2 sabe bem onde quer
chegar, carrega consigo uma penca de dúvidas e expectativas daquelas que eu sempre
acho melhor me esquivar. O capítulo 2 promete tudo que o anterior teve preguiça
ou incompetência demais para fazer, só que com um pouco mais maturidade ou do
famoso “pé no chão”. O capítulo 2 é o começo do fim do que se resume a
ansiedade. É o que vai dizer se a gente segue escrevendo ou se muda de livro.
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