Pega o microfone.
"Eu tentei escrever um poema,
Acendi um incenso,
Ouvi minha música favorita,
Brinquei com meu violão.
Eu não conseguia pensar em nada.
Eu tinha provas.
Eu tinha trabalhos.
Eu tinha obrigações.
Eu fiquei mal.
Eu estou mal.
Eu estou doente
E nem é tão recente assim.
Eu larguei a caneta.
Pus meu casaco.
Corri para o ponto de ônibus.
Aí sim eu vi poesia.
Eu queria chegar logo.
Eu estava ansioso.
Eu contava os minutos.
Nada podia me impedir.
Eu vi o amor.
Eu vi meus sonhos.
Eu fui feliz.
Eu sou feliz.
Eu amo uma mulher.
Eu amo uma menina.
A gente sonha junto.
Juntinho.
Ela é perfeita.
Eu não sou perfeito.
Mas eu sou completo.
Com ela, eu sou completo.
Eu conheci meus ídolos.
E não precisei matá-los.
Um aperto de mão.
Um sorriso.
Um abraço.
Eu sou fã.
"Mas sem idolatrias, por favor."
Uma conversa.
Uma amizade.
Eu não dormi.
Meus amigos vieram me buscar na porta.
Foi primeira vez.
Lutamos pelo que acreditamos.
Nos divertimos.
O tempo voou.
Eles foram.
Mas vão voltar.
Eu sei que vão voltar.
Sabe, eu me orgulho de mim.
Do que eu penso.
Do que eu sinto.
Do que eu falo.
Do que eu faço.
Eu gosto do que sou.
Eu gosto de mim.
Eu acredito em mim.
Sabe, eu estou aguentando.
Sabe, eu não fiz poesia.
Eu não sou poeta.
Mas eu sou.
Eu sou poesia.
Eu vivo poesia.
Eu vejo poesia.
Eu sinto poesia.
Amor.
Amizade.
Arte.
Poesia."
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