Aquele papo.
A metade da laranja.
Daí eu lembro da minha mãe.
Ela sempre partia laranja.
Ela nunca me disse isso.
Tinha pensamentos mais importantes.
De qualquer forma, eu reparei.
Uma metade é sempre maior.
Eu gosto de laranja.
Não ligo pra simetria.
É só um detalhe.
Bobagem.
Deixa estar.
Uma dança no escuro.
Nada a ver com laranja.
Tudo a ver com a flor.
Bom mesmo é o café.
Completo por si só.
Tão doce quanto a gente quiser.
E ainda deixa ligado.
Uma vez disseram.
Que eu era assim.
Não com essas palavras.
Mas algo próximo.
Minha tolinha.
Ana.
Eu não te mereço.
Não mesmo.
Madrugada.
A gente descobre.
Quem importa.
Quem se importa.
Nem a laranja.
Nem a flor.
Nem o café.
Muito menos o cigarro.
Minha querida.
Ana.
Eu não te mereço.
Não mesmo.
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