O 113º post - Ritmo.

"Eu não sei dançar."

"Eu estou dançando."

"Eu nunca vou deixar a dança parar."

"Eu só queria dançar com você."

"Eu não nasci para dançar."

"Agora eu entrei na dança."

Incrível como tanto tempo passa em tão pouco tempo, e como as coisas estão sempre mudando. Parece que ontem eu ainda era aquele garoto que ia de um lado para o outro contando até três no meio do pátio, sem saber porque ou pra que, por pura falta do que fazer. E mais tarde esse garoto estaria no meio de uma pista de dança marcando o tempo com o pé enquanto o resto do corpo se recusa a se mexer. Um tempo depois, em uma roda trocando socos e empurrões com rapazes com o dobro do seu tamanho, sorrindo e dizendo com orgulho "Essa é a nossa dança.". E um dia eu me apaixonaria e estaria sentado em frente a um palco deslumbrado, com todo o meu amor, leve, frágil e passageiro. Depois vieram as danças com os amigos, ninguém sabia o que fazia, cada movimento era uma piada, daquelas que só a gente entendia. Há pouco tempo, uma moça tentou ensinar alguns passos. E no dia seguinte tudo doía, e essa foi uma ótima desculpa para deixar de cumprir todos os compromissos que tinha marcado. E dia desses eu consegui dizer "Eu não nasci para dançar, e sim para fazer os outros dançarem."... Pra mim fazia todo o sentido.

E hoje: mais uma vez, mais uma música, mais uma dança. No fim das contas, tudo está mudando, se movendo, e nessa dança da vida, eu sei que nunca vou perder o ritmo.

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"E na dança dos dias quem manda somos nós." (Dance of Days)